Anonymous São Carlos

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Em Belo Horizonte, na desocupação da Prefeitura, os manifestantes foram recebidos por um grande grupo de apoiadores.

Em Belo Horizonte, na desocupação da Prefeitura, os manifestantes foram recebidos por um grande grupo de apoiadores. A população prestou solidariedade e fez vigília durante todo o período em que se manteve a ação, com barracas e fechamento da pista da Avenida Afonso Pena.


O clima é de conquista dos movimentos sociais e moradores das ocupações urbanas da cidade.





Foto: MídiaNINJA

Boatos e rumores de uma possível ação de remoção por parte da Polícia Militar começam a circular na ocupação em frente a casa do governador Sergio Cabral, no Rio de Janeiro.



Boatos e rumores de uma possível ação de remoção por parte da Polícia Militar começam a circular na ocupação em frente a casa do governador Sergio Cabral, no Rio de Janeiro.  A ocupação já dura 3 dias.

Diversas fontes, entre agentes da imprensa, advogados e ativistas alertam sobre uma suposta reunião entre o secretário de Segurança José Mariano Beltrame e Cabral que haveria decidido pelo fim da ocupação ainda nessa madrugada.

Cerca de 6 advogados do grupo de Habeas Corpus da OAB acompanham o ato presencialmente nesse momento para tranquilizar os manifestantes e garantir o direito de reunião e livre manifestação de pensamento.

Motoristas de todas as partes do Rio de Janeiro buzinam em forma de apoio à ocupação na rua do governador Sergio Cabral. Moradores do Leblon e curiosos param para deixar alimentos, cobertores e solidariedade ao ato que já dura 3 dias. 

 Acompanhe ao vivo:
www.twitcasting.tv/blackninjarj

Alckmin em Choque

Foto: Rodrigo Zaim
Manifestante ferido após ser atingido por caneca de vidro arremessada por morador de um prédio em São Paulo. O garoto foi atingido na cabeça durante ato contra o governador Geraldo Alckmin que foi rapidamente reprimido pela Polícia Militar.
Em São Paulo cerca de 200 manifestantes se concentraram no Largo da Batata em protesto contra o governador Geraldo Alckmin.
O grupo saiu da Av. Faria Lima e seguiu em direção a Av. Rebouças. Cerca de de 350 policiais da Força Tática, ROCAM e Choque estavam no local e dispersaram os manifestantes com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.
Dezenas de pessoas foram presas e o movimento se dirigiu para a 14 DP.

Em São Paulo, manifestantes se dirigem a 14ª DP durante 2º Grande Ato Fora Alckmin e Apoio ao Rio de Janeiro.

Anonymous Nova Zelândia invade sites do Partido Nacional

Foram desabilitados 14 sites do partido que governa o país



Quatorze sites do Partido Nacional, que governa a Nova Zelândia, foram desabilitados pela célula local da Anonymous, como forma de protesto ao projeto de “Ampliação da vigilância do Estado sobre a população”.
A Anonymous reivindicou a autoria da invasão, em um vídeo postado no YouTube, informando que manterá os sites hackeados até que o governo não retire o projeto e peça desculpas perante todos os neozelandeses que foram afetados.
O Poder Executivo quer aumentar o poder do Escritório Governamental de Segurança nas Comunicações (GCSB) a todos os cidadãos do país, ao invés de apenas para os estrangeiros.
“É um comportamento muito infantil, do meu ponto de vista”, declarou o líder neozelandês, que definiu a ação como “ilegal”.
Não há um consenso entre o governo sobre como responder ao ataque.
Bill English, ministro de Finanças, tomou a ação como uma” forma legítima de expressão porque não eram páginas importantes”.
Nós somos Anonymous.
Nós somos legião.
Nós não esquecemos.
Nós não perdoamos.
Esperem por nós.

Protestos continuam agitando países da América Latina

Após Panamá, cujo PIB cresceu 10,7% no ano passado, o Peru é considerado a estrela macroeconômica na América Latina, com um aumento de 6,3% em 2012 e 12 anos de crescimento sustentado desde 2001. Performances econômicas semelhantes têm Chile, com crescimento de 5,6% do PIB em 2012, e no Brasil, para o qual a CEPAL projeta crescimento de 2,5% da economia este ano. Além disso, o Brasil tem o melhor clima de negócios na América Latina, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), e Chile e Peru estão em terceiro e quarto lugar no índice de tal clima econômico. No entanto, os três países com fortes economias para as crises globais que agora enfrentam os maiores protestos de jovens cidadãos da classe média, que exigem que a democracia é mais do que eleições periódicas.
Protestos continuam agitando países da América Latina
Protestos populares continuam a abalar governos latino-americanos

No Chile, os protestos começaram em 2011 para exigir reformas no sistema de educação do Chile, porque, a partir do modelo econômico estabelecido durante o governo de Augusto Pinochet, o Estado delegou grande parte da educação do setor privado. No Brasil, a revolução dos 20 centavos de Junho, veio para travar a subida do custo da tarifa do transporte público, mas logo se tornou uma reivindicação maciça contra a corrupção e política suja. “Vem para rua” (ver Street), “Não é 20 centavos” (Não são os 20 centavos de dólar), foram alguns dos cartazes que milhares de jovens de classe média subiu para redes sociais e expôs nas principais cidades sul-americano gigante.
No Peru, já houve três datas de protesto do 17-J, quando o Congresso escolheu pessoas muito desafiado como juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça novamente por um pacto político popularmente apelidado como a esculpir. Segundo analistas, há semelhanças entre os três países protestos, slogans e expressões da juventude também demonstraram, mas no caso de rejeição classe política representativa peruana, institucional e novato não é um componente diferente do Chile e Brasil. “É o mesmo grupo social a ser mobilizados nesses países. A diferença é o tamanho: no Brasil formalmente classe média é muito maior, de 35% do PIB no Brasil é contribuintes na variação percentual no Peru é de 15%. No Brasil, as pessoas usam serviços do governo em educação, saúde e transporte, enquanto que no Peru há um déficit nos serviços “, disse o cientista político peruano Carlos Melendez.
“A mobilização de Peru é mais parecido com o Chile, porque não há recessão econômica, mas uma exigência de qualidade dos serviços, mas o Chile oferece uma outra magnitude dos serviços. Ambos os países preso indicadores e ao Brasil “, acrescentou.
O psicólogo social Ricardo Cuenca explicou o descontentamento geral dos jovens peruanos que saíram às ruas em 17-J, 22-J e 27-J. “Não acredito que as instituições que vêem um limite para a democracia representativa, acredito que eles têm para expressá-los com a sua voz porque não eleito representá-los. E há algo paradoxal, parece bom e não um grupo uniforme, institucionalizado, que obriga as instituições na política “. Cuenca está atualmente conduzindo uma pesquisa sobre os participantes, e constatou que dos 130, 84 estavam trabalhando em uma empresa privada antes, e desses, pelo menos 64 não faziam parte de um partido político, antes de ser eleito.
“A política não vai mudar se não mudarmos”, disse Cristina Valega, presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica de intervenção cidadã no centro de Lima. A demanda para a mudança é devido aos indicadores desanimadores da política peruana. O índice de capacidade legislativa é baixa, como Guatemala e Honduras, classificados 109 de 133 sobre a independência judicial (de acordo com o Fórum Econômico Mundial), o nível de confiança no Congresso peruano é de 14% e é o menor de América Latina, onde a média é de 34%. E de acordo com Latinobarómetro, a satisfação com a democracia é em Peru dez pontos abaixo da média da América Latina.
“Qualidade institucional ea confiança do público estão no chão”, disse o cientista político Steve Levitsky esta semana, depois de constatar que a classe política peruana é inexistente, porque quase não políticos de carreira ou partidos políticos, mas “clubes políticos “unindo sempre que houver campanha. Levitsky também notou que o vira-casaca político no Peru, ironicamente, foi institucionalizada.
Melendez defende que estas são as primeiras manifestações “para a qualidade da democracia” e que apesar de ser pequeno, em comparação com o do Brasil ou sustentada ao longo do tempo, no Chile “, acabam sendo ampliadas pela qualidade da classe política” . “Se o parlamento e o governo são fracos, um flashmob [mobilização instantânea] pode gerar páginas dos jornais, os manifestantes têm acesso a meios de comunicação, e que, em um país onde não existem líderes políticos ou experiência política, acaba sendo um recurso. O governo decide às vezes influenciados por periodicazos ou flashmobs “, acrescenta.
Durante o governo de Alejandro Toledo no Peru cunhou a idéia de que as conquistas de crescimento trariam benefícios para todos. Os protestos de cidadãos mostram que, embora exista um certo progresso econômico, os direitos políticos estagnaram ou regrediram, e os cidadãos não estão dispostos a tolerar isso, especialmente os jovens, da faculdade, da classe média e de grupos ativos de esquerda.

Conheça a origem desta ideologia hacker e os principais ataques realizados desde a sua criação.

Infográfico
Nas últimas semanas, um nome foi citado exaustivamente na mídia: Anonymous. Os seguidores da ideologia hacker, responsáveis por centenas de ações na web nos últimos anos, ganharam destaque novamente ao iniciar uma verdadeira cruzada em protesto contra o fechamento do Megaupload pelo FBI e a possível aprovação dos projetos de lei SOPA, PIPA e ACTA.
Polêmicos e sem medo de bater de frente com quem quer seu seja, eles rapidamente ganharam muitos fãs na web, que comemoram cada ataque a um novo site como se fosse uma vitória pessoal. Mesmo na derrubada da PSN, ataque que fez com que o sistema online do PlayStation 3 ficasse fora do ar por mais de 30 dias, o movimento conquistou o seu espaço e ganhou apoio por parte do público.
Por outro lado, muitas pessoas são contrárias às ações hacker e afirmam que o Anonymous se trata, na verdade, de uma mentalidade criminosa. Durante esta semana, após investidas que derrubaram os sites de diversos bancos brasileiros, muitos internautas fizeram questão de se mostrar preocupados e decepcionados com as ações.
Colecionando prós e contras, a verdade é que o Anonymous já escreveu o seu nome na história da internet. O infográfico acima mostra quais foram as principais ações propagadas pelo Anonymous desde a sua estruturação. Além disso, listamos alguns dos principais pontos que marcam a ideologia que se esconde por trás dos anônimos mais conhecidos da rede.

Bradley Manning, o soldado norte-americano que vazou 700 mil documentos diplomáticos e militares ao Wikileaks

 

 Bradley Manning, o soldado norte-americano que vazou 700 mil documentos diplomáticos e militares ao Wikileaks, foi condenado por dez acusações e escapou da culpa por traição. O veredito foi dado nesta terça-feira, 30, pela juíza Denise Lind.
Manning foi condenado por cinco acusações de roubo, cinco de espionagem, fraude cibernética e violações da proteção militar. As penalidades ainda estão sendo decididas e podem chegar a 136 anos de prisão. No entanto, como foi absolvido da acusação de auxiliar o inimigo, há expectativas de que o ex-militar não seja condenado à prisão perpétua.
David Coombs, o advogado, afirmou que entrará com um recurso e pretende levar cerca de 24 testemunhas ao júri. “Manning pode ser condenado a 136 anos de prisão pelas acusações que foi declarado culpado. Extremismo perigoso do governo Obama, no que se refere à segurança nacional”, escreveu o Wikileaks em resposta.
O vazamento é considerado a maior divulgação de dados confidenciais da história dos EUA. Manning, ex-analista de inteligência militar no Iraque, expôs documentos sobre o Departamento de Estado e das Forças Armadas Americanas que revelaram comunicações diplomáticas entre embaixadas e informações sobre a atuação norte-americana em guerras como a do Afeganistão e Iraque.
A acusação de ajudar o inimigo era a mais séria e controversa. Alguns entendiam que, por ter vazado os dados a todos, inclusive à imprensa norte-americana, Manning não poderia ser acusado de traição – afinal, sua intenção era apenas promover um debate sobre as ações militares do país. No entanto, de qualquer forma, organizações inimigas aos EUA podiam facilmente ter acesso a tais informações, disponíveis na internet.
Manning está detido há nove meses. Segundo sua defesa, o delator ficou sozinho em uma cela sem janelas, algumas vezes até mesmo nu. Devido aos maus tratos, os advogados enviaram a denúncia à ONU.
A juíza militar Lind determinou que o ex-militar foi punido ilegalmente e que deverá receber 112 dias de desconto em qualquer sentença que possa ser condenado.

Corrupção do Metrô e trens de São Paulo, cofres paulistas foram lesados em pelo menos R$ 425 milhões

Ao analisar documentos da Siemens, empresa integrante do cartel que drenou recursos do Metrô e trens de São Paulo, o Cade e o MP concluíram que os cofres paulistas foram lesados em pelo menos R$ 425 milhões

Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas
Fonte: Isto é 

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PROPINODUTO
Segundo integrantes do MP e do Cade, seis projetos de
trem e metrô investigados apresentaram sobrepreço de 30%
Na última semana, ISTOÉ publicou documentos inéditos e trouxe à tona o depoimento voluntário de um ex-funcionário da multinacional alemã Siemens ao Ministério Público. Segundo as revelações, o esquema montado por empresas da área de transporte sobre trilhos em São Paulo para vencer e lucrar com licitações públicas durante os sucessivos governos do PSDB nos últimos 20 anos contou com a participação de autoridades e servidores públicos e abasteceu um propinoduto milionário que desviou dinheiro das obras para políticos tucanos. Toda a documentação, inclusive um relatório do que foi revelado pelo ex-funcionário da empresa alemã, está em poder do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para quem a Siemens – ré confessa por formação de cartel – vem denunciando desde maio de 2012 as falcatruas no Metrô e nos trens paulistas, em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos. Até semana passada, porém, não se sabia quão rentável era este cartel.
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Ao se aprofundarem, nos últimos dias, na análise da papelada e depoimentos colhidos até agora, integrantes do Cade e do Ministério Público se surpreenderam com a quantidade de irregularidades encontradas nos acordos firmados entre os governos tucanos de São Paulo e as companhias encarregadas da manutenção e aquisição de trens e da construção de linhas do Metrô e de trens. Uma das autoridades envolvidas na investigação chegou a se referir ao esquema como uma fabulosa história de achaque aos cofres públicos, num enredo formado por pessoas-chaves da administração – entre eles diretores do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) –, com participação especial de políticos do PSDB, os principais beneficiários da tramoia. Durante a apuração, ficou evidente que o desenlace dessa trama é amargo para os contribuintes paulistas. A investigação revela que o cartel superfaturou cada obra em 30%. É o mesmo que dizer que os governantes tucanos jogaram nos trilhos R$ 3 de cada R$ 10 desembolsado com o dinheiro arrecadado dos impostos. Foram analisados 16 contratos correspondentes a seis projetos. De acordo com o MP e o Cade, os prejuízos aos cofres públicos somente nesses negócios chegaram a RS 425,1 milhões. Os valores, dizem fontes ligadas à investigação ouvidas por ISTOÉ, ainda devem se ampliar com o detalhamento de outros certames vencidos em São Paulo pelas empresas integrantes do cartel nesses e em outros projetos.
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Entre os contratos em que o Cade detectou flagrante sobrepreço está o de fornecimento e instalação de sistemas para transporte sobre trilhos da fase 1 da Linha 5 Lilás do metrô paulista. A licitação foi vencida pelo consórcio Sistrem, formado pela empresa francesa Alstom, pela alemã Siemens juntamente com a ADtranz (da canadense Bombardier) e a espanhola CAF. Os serviços foram orçados em R$ 615 milhões. De acordo com testemunhos oferecidos ao Cade e ao Ministério Público, esse contrato rendeu uma comissão de 7,5% a políticos do PSDB e dirigentes da estatal. Isso significa algo em torno de R$ 46 milhões só em propina. “A Alstom coordenou um grande acordo entre várias empresas, possibilitando dessa forma um superfaturamento do projeto”, revelou um funcionário da Siemens ao MP. Antes da licitação, a Alstom, a ADtranz, a CAF, a Siemens, a TTrans e a Mitsui definiram a estratégia para obter o maior lucro possível. As companhias que se associaram para a prática criminosa são as principais detentoras da tecnologia dos serviços contratados.
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O responsável por estabelecer o escopo de fornecimento e os preços a serem praticados pelas empresas nesse contrato era o executivo Masao Suzuki, da Mitsui. Sua empresa, no entanto, não foi a principal beneficiária do certame. Quem ficou com a maior parte dos valores recebidos no contrato da fase 1 da Linha 5 Lilás do Metrô paulista foi a Alstom, que comandou a ação do cartel durante a licitação. Mas todas as participantes entraram no caixa da propina. Cada empresa tinha sua própria forma de pagar a comissão combinada com integrantes do PSDB paulista, segundo relato do delator e ex-funcionário da Siemens revelado por ISTOÉ em sua última edição. Nesse contrato específico, a multinacional francesa Alstom e a alemã Siemens recorreram à consultoria dos lobistas Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira. Documentos apresentados por ISTOÉ na semana passada mostraram que eles operam por meio de duas offshores localizadas no Uruguai, a Leraway Consulting S/A e Gantown Consulting S/A. Para não deixar rastro do suborno, ambos também se valem de contas em bancos na Suíça, de acordo a investigação.
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PEDIDO DE CPI
Líder do PT na Assembleia Legislativa,
Luiz Claudio Marcolino, trabalha pela abertura de inquérito
No contrato da Linha 2 do Metrô, o superfaturamento identificado até agora causou um prejuízo estimado em R$ 67,5 milhões ao erário paulista. As licitações investigadas foram vencidas pela dupla Alstom/Siemens e pelo consórcio Metrosist, do qual a Alstom também fez parte. O contrato executado previa a prestação de serviços de engenharia, o fornecimento, a montagem e a instalação de sistemas destinados à extensão oeste da Linha 2 Verde. Orçado inicialmente em R$ 81,7 milhões, só esse contrato recebeu 13 reajustes desde que foi assinado, em outubro de 1997. As multinacionais francesa e alemã ficaram responsáveis pelo projeto executivo para fornecimento e implantação de sistemas para o trecho Ana Rosa/ Ipiranga. A Asltom e a Siemens receberam pelo menos R$ 143,6 milhões para executar esse serviço.
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O sobrepreço de 30% foi estabelecido também em contratos celebrados entre as empresas pertencentes ao cartel e à estatal paulista CPTM. Entre eles, o firmado em 2002 para prestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva de dez trens da série 3000. A Siemens ganhou o certame por um valor original de R$ 33,7 milhões. Em seguida, o conglomerado alemão subcontratou a MGE Transportes para serviços que nunca foram realizados. A MGE, na verdade, serviu de ponte para que a Siemens pudesse efetuar o pagamento da propina de 5% acertada com autoridades e dirigentes do Metrô e da CPTM. O dinheiro da comissão – cerca de R$ 1,7 milhão só nessa negociata, segundo os investigadores – mais uma vez tinha como destino final a alta cúpula da estatal e políticos ligados ao PSDB. A propina seria distribuída, segundo depoimento ao Cade ao qual ISTOÉ teve acesso, pelo diretor da CPTM, Luiz Lavorente. Além da MGE, a Siemens também recorreu à companhia japonesa Mitsui para intermediar pagamentos de propina em outras transações. O que mais uma vez demonstra o quão próxima eram as relações das empresas do cartel que, na teoria, deveriam concorrer entre si pelos milionários contratos públicos no setor de transportes sobre trilhos. O resultado da parceria criminosa entre as gigantes do setor pareceu claro em outros 12 contratos celebrados com a CPTM referentes às manutenções dos trens das séries 2000 e 2100 e o Projeto Boa Viagem, que já foram analisados pelo CADE. Neles, foi contabilizado um sobrepreço de aproximadamente R$ 163 milhões.
Não é por acaso que as autoridades responsáveis por investigar o caso referem-se ao esquema dos governos do PSDB em São Paulo como uma “fabulosa história”. O superfaturamento constatado nos contratos de serviços e oferta de produtos às estatais paulistanas Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos [CPTM] supera até mesmo os índices médios calculados internacionalmente durante a prática deste crime. Cálculos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, por exemplo, apontam que os cartéis ocasionam um prejuízo aos cofres públicos de 10% a 20%. No caso destes 16 contratos, a combinação de preços e direcionamentos realizados pelas companhias participantes da prática criminosa levaram a um surpreendente rombo de 30% aos cofres paulistas.

Diante das denúncias, na última semana o PT e outros partidos oposicionistas em São Paulo passaram a se movimentar para tentar aprovar a instalação de uma CPI. “O governador Geraldo Alckmin diz querer que as denúncias do Metrô e da CPTM sejam apuradas. Então, que oriente a sua bancada a protocolar o pedido de CPI, pelo menos, desta vez”, propôs o líder do PT na Assembleia paulista, Luiz Cláudio Marcolino. “É flagrante que os contratos precisam ser revisados. Temos de ter transparência com o dinheiro público independente de partido”, diz ele. Caso a bancada estadual do PT não consiga aprovar o pedido, por ter minoria, a sigla tentará abrir uma investigação na Câmara Federal. “Não podemos deixar um assunto desta gravidade sem esclarecimentos. Ainda mais quando se trato de acusações tão contundentes de desvios de verbas públicas”, afirmou o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). O que se sabe até agora já é suficiente para ensejar um inquérito. Afinal, trata-se de um desvio milionário de uma das principais obras da cidade mais populosa do País e onde se concentra o maior orçamento nacional. Se investigada a fundo, a história do achaque de 30% aos cofres públicos pode trazer ainda mais revelações fabulosas.
Queima de arquivo
Uma pasta amarela com cerca de 200 páginas guardada na 1ª Vara Criminal do Fórum da cidade de Itu, interior paulista, expõe um lado ainda mais sombrio das investigações que apuram o desvio milionário das obras do metrô e trens metropolitanos durante governos do PSDB em São Paulo nos últimos 20 anos. Trata-se do processo judicial 9900.98.2012 que investiga um incêndio criminoso que consumiu durante cinco horas 15.339 caixas de documentos e 3.001 tubos de desenhos técnicos. A papelada fazia parte dos arquivos do metrô armazenados havia três décadas. Entre os papeis que viraram cinzas estão contratos assinados entre 1977 e 2011, laudos técnicos, processos de contratação, de incidentes, propostas, empenhos, além de relatórios de acompanhamento de contratos de 1968 até 2009. Sob segredo de Justiça, a investigação que poderá ser reaberta pelo Ministério Público, diante das novas revelações sobre o caso feitas por ISTOÉ, acrescenta novos ingredientes às já contundentes denúncias feitas ao Cade pelos empresários da Siemens a respeito do escândalo do metrô paulista. Afinal, a ação dos bandidos pode ter acobertado a distribuição de propina, superfaturamento das obras, serviços e a compra e manutenção de equipamentos para o metrô paulista.

Segundo o processo, na madrugada do dia 9 de julho do ano passado, nove homens encapuzados e armados invadiram o galpão da empresa PA Arquivos Ltda, na cidade de Itu, distante 110 km da capital paulista, renderam os dois vigias, roubaram 10 computadores usados, espalharam gasolina pelo prédio de 5 mil m² e atearam fogo. Não sobrou nada. Quatro meses depois de lavrado o boletim de ocorrência, nº 1435/2012, a polícia paulista concluiu que o incêndio não passou de um crime comum. “As investigações não deram em nada”, admite a delegada de Policia Civil Milena, que insistiu em se identificar apenas pelo primeiro nome. “Os homens estavam encapuzados e não foram identificados”, diz a policial. Investigado basicamente como sumiço de papéis velhos, o incêndio agora ganha ares de queima de arquivo. O incidente ocorreu 50 dias depois de entrar em vigor a Lei do Acesso à Informação, que obriga os órgãos públicos a fornecerem cópias a quem solicitar de qualquer documento que não seja coberto por sigilo legal, e quatro meses depois de começarem as negociações entre o Cade e a Siemens para a assinatura do acordo de leniência, que vem denunciando as falcatruas no metrô e trens paulistas. “Não podemos descartar que a intenção desse crime era esconder provas da corrupção”, entende o deputado Luiz Cláudio Marcolino, líder do PT na Assembleia Legislativa do Estado.
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Além das circunstâncias mais do que suspeitas do incêndio, documentos oficiais do governo, elaborados pela gerência de Auditoria e Segurança da Informação (GAD), nº 360, em 19 de setembro passado, deixam claro que o galpão para onde foi levado todo o arquivo do metrô não tinha as mínimas condições para a guarda do material. Cravado em plena zona rural de Itu, entre uma criação de coelhos e um pasto com cocheiras de gado, o galpão onde estavam armazenados os documentos não tinha qualquer segurança. Poderia ser facilmente acessado pelas laterais e fundos da construção.

De acordo com os documentos aos quais ISTOÉ teve acesso, o governo estadual sabia exatamente da precariedade da construção quando transferiu os arquivos para o local. O relatório de auditoria afirma que em 20 de abril de 2012 - portanto, três dias depois da assinatura do contrato entre a PA Arquivos e o governo de Geraldo Alckmin - o galpão permanecia em obras e “a empresa não estava preparada para receber as caixas do Metrô”. A comunicação interna do governo diz mais. Segundo o laudo técnico do GAD, “a empresa não possuía instalações adequadas para garantir a preservação do acervo documental”. Não havia sequer a climatização do ambiente, item fundamental para serviços deste tipo.

O prédio foi incendiado poucos dias depois da migração do material para o espaço. “Não quero falar sobre esse crime”, disse um dos proprietários da empresa, na época do incêndio, Carlos Ulderico Botelho. “Briguei com o meu sócio, sai da sociedade e tomei muito prejuízo. Esse incêndio foi estranho. Por isso, prefiro ficar em silêncio”. Outra excentricidade do crime é que o fato só foi confirmado oficialmente pelo governo seis meses depois do ocorrido. Em 16 páginas do Diário do Diário Oficial, falou-se em “sumiço” da papelada. Logo depois da divulgação do sinistro, o deputado estadual do PT, Simão Pedro, hoje secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, representou contra o Governo do Estado no Ministério Público Estadual. “Acredita-se que os bandidos tenham provocado o incêndio devido o lugar abrigar vários documentos”. Para o parlamentar, “esse fato sairia da hipótese de crime de roubo com o agravante de causar incêndio, para outro crime, de deliberada destruição de documentos públicos”, disse Simão, em dezembro passado. Procurados por ISTOÉ, dirigentes do Metrô de SP não quiseram se posicionar.

Fotos: PEDRO DIAS/ag. istoé
Fotos: ADRIANA SPACA/BRAZIL PHOTO PRESS; Luiz Claudio Barbosa/Futura Press; NILTON FUKUDA/ESTADÃO
Foto: Rubens Chaves/Folhapress

terça-feira, 30 de julho de 2013

Corrupção no transporte público lesa população paulista em 425 milhões de reais

Quantidade e volume de irregularidades encontradas surpreendeu até mesmo MP e Cade.

Corrupção no transporte público lesa população paulista em 425 milhões de reais
O vazamento de documentos inéditos e a colaboração de um ex-funcionário da empresa alemã Siemens, revelou que os governos tucanos e as companhias da área de transporte sobre trilhos arquitetaram esquema responsável pelo desvio milionário ao longo de, pelo menos, 20 anos.
Neste período, a tarifa saltou de 50 centavos para os três reais conquistados pela população paulista após uma série de manifestações.
Os detalhes levantados pela investigação, realizada em conjunto pelo Cade e Ministério Público revelou que o esquema tinha por objetivo privilegiar as companhias envolvidas nas licitações públicas, em troca de pagamento de propinas para políticos tucanos.
A quantidade de irregularidades encontradas surpreenderam até mesmo os investigadores. Os dados divulgados apontam superfaturamento de 30% em cada uma das obras que foram realizadas ao longo destes anos. Ou seja, a cada dez reais pagos em impostos, três estavam sendo destinados para a sustentabilidade do esquema.
O prejuízo aos cofres públicos chegaram a 425,1 milhões de reais.
A instalação da Linha 5 Lilás, vencida pelo consórcio Alstom, formados pela canadense Bombardier, a alemã Siemens e a espanhola CAF, tiveram serviços orçados em 615 milhões de reais, sendo que destes, 7,5%, ou 46 milhões, eram destinados a pagamento de propinas para políticos do PSDB e dirigentes da estatal.
Na Linha 2 do metrô, a investigação apontou prejuízo de 67,5 milhões. O consórcio vencedor é formado pelas mesmas empresas da Linha 5 Lilás, com a inclusão do consórcio Metrosist.
Ainda segundo as investigações, o articulador do esquema criminoso era o executivo Masao Suzuki, da Mitsui. Apesar de seu papel protagonista, os maiores beneficiados foram a Alstom e os políticos envolvidos.

Em entrevista à Folha, Dilma diz que Lula não voltará porque não saiu


Presidente comentou ainda as recentes manifestações e sobre o coro para a saída de Mantega do ministério da Fazenda

Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo" neste final de semana, a presidente Dilma Rousseff destacou que ela e seu antecessor, o ex-presidente Lula, são "indissociáveis", ao ser perguntada pelo movimento "Volta, Lula" em 2014.
“(...) vou te falar uma coisa: eu e o Lula somos indissociáveis. Então esse tipo de coisa, entre nós, não gruda, não cola. Agora, falar volta Lula e tal... Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu. Ele disse outro dia: 'Vou morrer fazendo política. Podem fazer o que quiser. Vou estar velhinho e fazendo política'.”, disse a presidente.
A presidente ainda comentou os recentes protestos que se iniciaram em junho e se espalharam por todo o País. Ela afirmou que não se assustou com as manifestações, que participou de muitos protestos entre os 30 e os 40 anos de idade mas que agora, se não fosse presidente, não iria mais participar, aos 65 anos.
'Somos indissociáveis', diz Dilma sobre relação com Lula (Ueslei Marcelino/Reuters)
'Somos indissociáveis', diz Dilma sobre relação com Lula (Ueslei Marcelino/Reuters)
Além disso, a permanência do ministro Guido Mantega ao Ministério da Fazenda também foi questionada, em meio à alta inflação e ao baixo crescimento econômico do País. Entretanto, a presidente Dilma reiterou que não ia falar sobre reforma ministerial e que Mantega está onde sempre esteve, no Ministério da Fazenda.
A presidente também defendeu a política fiscal do governo, afirmando que a relação dívida líquida sobre o PIB nunca foi tão baixa. Dilma afirmou ainda que o Brasil não é uma ilha, crescendo pouco porque o mundo "cresce pouco". "Nós estamos crescendo com um vendaval na nossa cara", afirmou.
Dilma ainda afirmou que é necessário aumentar a taxa de investimento no Brasil e que vem tomando as medidas fundamentais para que isso aconteça. "Desoneramos as folhas de pagamento. Reduzimos a tarifa de energia. E fizemos um programa ousado de formação profissional, o Pronatec", destacou.