"Tudo aconteceu de uma forma bem estranha. Estava no computador, quando ouvi conversa do lado de fora de casa. Aparentemente não tinha ninguem ali, mas quando ollhei pela janela do banheiro, vi 3 indivíduos embaixo da janela. Avisei alguns amigos pela internet e voltei pra lá, quando bateram na porta dizendo que era a Polícia que estava ali. Olhei pelo olho-mágico e as luzes de fora estavam apagadas. Estranho, pois as luzes se acendem com sensor de movimento. Um homem que achei q fosse o porteiro estava gesticulando e falando baixo, mas não entendi o que era. Então, um dos homens pediu pra abri a porta imediatamente. Corri para o computador e mandei a ultima mensagem pros amigos. Mas, antes de abrir a prota, pedi uma identificação, a qual foi mostrada no escuro e não pude ver se era um distintivo ou uma carteira. Por morar num condomínio, achei q a situação seria mais branda em abrir a porta, mas quando abri, diferente de esperar um empurrão na porta, ouvi uma voz falando: "Abre essa P*rr* senão o "barato" vai ficar muito loco!". Mas assim q rodei a chave, empurraram a porta e falaram pra eu calar a boca e ir junto com eles. Eles só queriam conversar!
Não peguei nada meu em casa; um deles entrou, olhou meu pc muito rapidamente e saiu.
Eles me levaram por uma saída que há por trás do prédio; por um estacionamento particular (alheio ao condomínio, ligados por uma porta; o lixo do condomínio é retirado por essa porta).
Dentro do carro (Santana modelo mais antigo; branco), percebi que eles não tinham porte e nem falavam como policiais. Mesmo assim, falavam pra eu olhar pra baixo o tempo todo; quando falavam comigo, tinha que manter olhando pra baixo ou pra pessoa que eu tava conversando.
Rodamos por mais ou menos meia hora; paramos em algum lugar nas proximidades da av. Lix da Cunha. Entramos com o carro no terreno de um barracão verde. Nos fundos, eles jogaram água nas minhas calças e camiseta e perguntaram quem estava fazendo parte do bloc de Campinas; quem estava no BB da cidade. Disse não saber; que só estava envolvido com eles por protestos de rua; não tinha informação de nenhum deles, pois não conhecia ninguém. Um dos caras colocou o teaser na parte inferior da coxa e começou a dar choque. Em seguida, ele perguntou quem estava no protesto do dia 7 de setembro e quem estava na casa do veredor Campos Filho. Eu ironizei; e eles deram choque nas minhas costelas. Eles continuaram com aquela cena toda; mais discutindo entre eles do que comigo. Voltaram nas mesmas perguntas três vezes e a cada "não sei" meu, era um soco colocado no estômago. Tomei mais dois choque depois disso; um dos choques quase me apagou.
Não sei quem eram esses homens! Não sei o que queriam na verdade, pois o que eles fizeram me pareceu mais uma situação para apavorar, do que uma ameaça propriamente dita! Não sei dizer se eram ou não policiais, pois não houve nada que identificasse-os como tal! Mas eles falavam muito cheio de gírias; havia um chaveiro do clube do Guarani pendurado no retrovisor. Acredito saber quem são os três; mas um deles, com certeza, eu o reconheço fácil. Então, o intuito deles não foi o anonimato.
Depois, voltamos a andar com o carro, mas logo paramos de novo. Eles começaram perguntar alguns nomes pra mim, mas eu não estava ouvindo direito. Eu estava um pouco zonzo e não conseguia assossiar o que estava sendo falado. Então, uma viatura da PM passou e eu gritei, num intinto desesperado. Eles deram ré e pararam atrás do carro; os homens do Santana branco riram e foram sarcásticos com meu gesto; o policial que saiu e veio até o carro começou a conversar com um dos caras. Eu berrei pro policial abrir a porta e ele abriu; mas mandou eu ficar sentado no carro. Tentei falar o que estava acontecendo, mas ele mandou eu ficar quieto. Tentei mais uma vez falar, mas quem estava sendo ouvido realmente, era o motorista do Santana. O policial falou para eu ficar quieto mais uma vez.
O policial e o cara do carro foram até a frente do carro e conversaram pos uns minutos. A luz de dentro de uma casa se acendeu e depois de outra, bem onde estávamos, mas ninguém saiu. Então, o policial falou pra que "saisse andando". Não esperei pra saber se estava ou não falando comigo; eu sai andando.
Caminhei umas cinco quadras e parei para ligar para o pessoal.
Só então me dei conta do que havia acontecido de forma concreta.
Situação surreal!
E vocês acreditam, né? Idiotas.
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