Esse é um exemplo da ditadura continua em nosso país. No site Recife Resiste!, há mais relatos de casos como este apresentado.
Já era noite da sexta-feira quando Alê chegava em sua casa. Na sua espera, parado na rua, um carro preto, sem placas, acompanhado de uma viatura da polícia militar. Antes de entrar em sua residência, Alê é surpreendido por três homens que desciam do carro não identificado. Os homens, também não identificados, derrubam o rapaz e o golpeiam na cabeça. Algemado, Alê é forçado a entrar no carro preto. Uma vez no carro, tem o rosto coberto por um capuz. Os agentes da polícia iniciam mais um dia de terrorismo. Depois de rodarem com Alê pela cidade, os policiais estacionam em local deserto, perfeito para a tortura. Nesse lugar, iniciam as sessões de choque e pancadaria, agredindo Alê, enquanto exigiam informações a respeito dos grupos Anonymous e Black Bloc.
Alê participava desses grupos no facebook. Também estava presente na
ocupação da Câmara dos Vereadores – quando os vereadores prometeram e
não abriram uma CPI de transportes para apresentar um projeto pelo Passe
Livre. Assim como ele, pelo menos mais três integrantes desses grupos
foram capturados e torturados pela polícia militar do estado. Outras
pessoas seguem sendo ameaçadas por telefonemas.
Quinze dia após o ocorrido, as práticas ditatoriais do governo seguem silenciadas. Nenhuma denúncia de envergadura foi feita; nenhuma resposta em conjunto foi dada. Por sua vez, praticamente nada foi encontrado na mídia corporativa, que segue acobertando o terrorismo do Estado, blindando a figura do governador Eduardo Campos na sua corrida pela presidência. Para não dizer que nada foi feito, algumas pessoas ligadas ao direito, junto a grupos de contra-informação e com o Anounymous e o Blac Block, utilizando da internet e das redes sociais, seguem na tentativa de espalhar as práticas de repressão do governo do Estado.
Amparado em altos índices de aprovação, Eduardo Campos persegue as organizações políticas e reprime com violência as manifestações. O governo de Pernambuco foi o primeiro a negar o direito ao anonimato, coibindo o uso de máscaras nas manifestações. Sem exagero, estamos a respirar ares fascistas na capital pernambucana. Nenhuma crítica ao governo é tolerada e a figura do governador segue intocável rumo à presidência.
O autoritarismo e a violência com que responde o governo é legitimado por boa parte da população. A omissão e a cegueira das organizações não-governamentais, assim como o apoio da classe-média e das mais variadas instituições, vem dando passe-livre à repressão. Nesse momento, onde estão os sindicatos, partidos políticos e instituições que prezam pela constitucionalidade e pela paz? O governo vem jogando na lata do lixo anos de luta por uma constituição democrática, assim como segue se utilizando de um violento aparato militar para reprimir com violência qualquer tentativa de levante – tudo isso sem precisar dos antigos porões da ditadura.
É absurdo pensar que torturas podem acontecer sem qualquer denúncia ou resistência das pessoas que vivem na cidade. O momento não é de recuar, muito menos de se calar – esse é o efeito que o governo pretende causar. É preciso colocar a boca no trombone. Se a mídia corporativa não informa, precisamos criar os próprios canais que exponham as práticas ditatoriais do governo do Estado. Só através dessa comunicação é possível encontrar as pessoas que estão revoltadas com a opressão do poder público. Denunciar a figura pública de Eduardo Campos, seu verdadeiro perfil fascista e terrorista: o país tem de ter conhecimento do ditador que pretende ocupar a presidência da república.
Antes de terminar, me permitam algumas generalizações. A circulação desse texto vai atingir dois grandes grupos de pessoas. São elas (1) “as que imaginam o que acontece” e (2) os que “fazem acontecer”
No primeiro grupo estao as pessoas que escolhem fechar os olhos frente aos sequestros e as torturas. Preferem quase-não-acreditar que isso ainda é possível. Essas pessoas hoje se encontram na zona de conforto proporcionada pela atual política econômica do governo. É um grupo perigoso, que permite a Eduardo fazer o que quiser com o Estado. São também as instituições, ONG’s, intelectuais e partidos políticos que colaboram com o silêncio em torno dos abusos do poder. São os vendidos às políticas públicas que apoiam o “Estado democrático de direito” que prende e tortura a revelia.
O segundo grupo são os que “fazem acontecer”. Esse grupo faz parte dos que acreditam que o governador é bem capaz de sequestrar e torturar para impedir qualquer crítica a seu governo. Essas pessoas também acreditam que para barrar as práticas autoritárias não basta imaginar que elas acontecem. Entendem que é urgente a necessidade de denunciar a repressão e de apoiar toda e qualquer tentativa de manifestação que critique a atual organização da vida pública. Esse grupo também sabe da importãncia do diálogo com os que estão submetidos à violência cotidiana do governo. Querem lutar junto com os que estão espalhados pelas ruas e pela periferia pobre da cidade.
Fortalecer as denúncias e engrossar a presença nas ruas para avançar as lutas e reivindicações que se espalham pelo país. Só o encontro “dos que fazem acontecer” é capaz de barrar a violência com que o governo de Pernambuco vem reprimindo as manifestações. Mais do que informar sobre os sequestros e torturas, esse texto pretende contribuir com esse encontro.
Recife Resiste!
Quinze dia após o ocorrido, as práticas ditatoriais do governo seguem silenciadas. Nenhuma denúncia de envergadura foi feita; nenhuma resposta em conjunto foi dada. Por sua vez, praticamente nada foi encontrado na mídia corporativa, que segue acobertando o terrorismo do Estado, blindando a figura do governador Eduardo Campos na sua corrida pela presidência. Para não dizer que nada foi feito, algumas pessoas ligadas ao direito, junto a grupos de contra-informação e com o Anounymous e o Blac Block, utilizando da internet e das redes sociais, seguem na tentativa de espalhar as práticas de repressão do governo do Estado.
Amparado em altos índices de aprovação, Eduardo Campos persegue as organizações políticas e reprime com violência as manifestações. O governo de Pernambuco foi o primeiro a negar o direito ao anonimato, coibindo o uso de máscaras nas manifestações. Sem exagero, estamos a respirar ares fascistas na capital pernambucana. Nenhuma crítica ao governo é tolerada e a figura do governador segue intocável rumo à presidência.
O autoritarismo e a violência com que responde o governo é legitimado por boa parte da população. A omissão e a cegueira das organizações não-governamentais, assim como o apoio da classe-média e das mais variadas instituições, vem dando passe-livre à repressão. Nesse momento, onde estão os sindicatos, partidos políticos e instituições que prezam pela constitucionalidade e pela paz? O governo vem jogando na lata do lixo anos de luta por uma constituição democrática, assim como segue se utilizando de um violento aparato militar para reprimir com violência qualquer tentativa de levante – tudo isso sem precisar dos antigos porões da ditadura.
É absurdo pensar que torturas podem acontecer sem qualquer denúncia ou resistência das pessoas que vivem na cidade. O momento não é de recuar, muito menos de se calar – esse é o efeito que o governo pretende causar. É preciso colocar a boca no trombone. Se a mídia corporativa não informa, precisamos criar os próprios canais que exponham as práticas ditatoriais do governo do Estado. Só através dessa comunicação é possível encontrar as pessoas que estão revoltadas com a opressão do poder público. Denunciar a figura pública de Eduardo Campos, seu verdadeiro perfil fascista e terrorista: o país tem de ter conhecimento do ditador que pretende ocupar a presidência da república.
Antes de terminar, me permitam algumas generalizações. A circulação desse texto vai atingir dois grandes grupos de pessoas. São elas (1) “as que imaginam o que acontece” e (2) os que “fazem acontecer”
No primeiro grupo estao as pessoas que escolhem fechar os olhos frente aos sequestros e as torturas. Preferem quase-não-acreditar que isso ainda é possível. Essas pessoas hoje se encontram na zona de conforto proporcionada pela atual política econômica do governo. É um grupo perigoso, que permite a Eduardo fazer o que quiser com o Estado. São também as instituições, ONG’s, intelectuais e partidos políticos que colaboram com o silêncio em torno dos abusos do poder. São os vendidos às políticas públicas que apoiam o “Estado democrático de direito” que prende e tortura a revelia.
O segundo grupo são os que “fazem acontecer”. Esse grupo faz parte dos que acreditam que o governador é bem capaz de sequestrar e torturar para impedir qualquer crítica a seu governo. Essas pessoas também acreditam que para barrar as práticas autoritárias não basta imaginar que elas acontecem. Entendem que é urgente a necessidade de denunciar a repressão e de apoiar toda e qualquer tentativa de manifestação que critique a atual organização da vida pública. Esse grupo também sabe da importãncia do diálogo com os que estão submetidos à violência cotidiana do governo. Querem lutar junto com os que estão espalhados pelas ruas e pela periferia pobre da cidade.
Fortalecer as denúncias e engrossar a presença nas ruas para avançar as lutas e reivindicações que se espalham pelo país. Só o encontro “dos que fazem acontecer” é capaz de barrar a violência com que o governo de Pernambuco vem reprimindo as manifestações. Mais do que informar sobre os sequestros e torturas, esse texto pretende contribuir com esse encontro.
Recife Resiste!