Em um mundo virtual o qual as redes
sociais são – cada vez mais – antissociais, estabelecer uma rede de
contatos baseada em interesses comuns, e não somente em grau de
parentesco ou relações pré estabelecidas, tem se tornado cada vez mais
difícil.
A internet cresceu e se expandiu-se como
uma ferramenta que possibilita ultrapassarmos barreiras físicas. A
universalidade do acesso permitiu que diferentes pessoas, de diferentes
lugares, se encontrassem, comunicando-se inicialmente via interesses
comuns. Mas, infelizmente, com o passar destes poucos anos, essa
realidade mudou.
Saudosistas vão lembrar do IRC e ICQ,
com todos seus canais e diretórios. No início da década passada, as
salas de bate-papo online eram garantia de discussões acaloradas
madrugada adentro. Recentemente tivemos um último suspiro com o Orkut e
suas comunidades, onde debates intermináveis reuniam pessoas das mais
diferentes culturas e localidades. Apesar de todos esses estarem ativos
até hoje, o perfil do usuário mudou substancialmente. O internauta de
hoje enxerga a rede social apenas como uma extensão da sua vida real.
Em tempos onde protestos já se
estabelecem como pauta constante na vida dos brasileiros, as redes
sociais exercem um papel fundamental na organização e divulgação destes.
A contradição de manter-se “real” em mundo virtual, somado à vontade ou
necessidade de permanecer anônimo, gera uma “barreira virtual” a qual
muitos preferem não ultrapassar.
É justamente neste cenário que a AnonySocial, rede social criada e utilizada pelo grupo cyberativista Anonymous, vem crescendo de maneira surpreendente.
Como é de se esperar, não é exigido
(tanto pela rede, como pelos demais usuários) que seu perfil estabeleça
uma imagem de quem você é na vida real. Perfis anônimos se misturam
harmoniosamente com perfis “reais”. Todos são bem vindos. O importante
aqui não é estabelecer uma imagem ou destacar-se, mas sim, nos juntarmos
à luta pelas ideias e ideais que nos unem.
Uma das maiores dificuldades nos
interessados em participar mais diretamente nas atividades do Anonymous,
é justamente saber como estabelecer o contato inicial. Uma estrutura
horizontal, não hierárquica e, obviamente, anônima, tornava esta tarefa
praticamente impossível. Esta nova rede facilita esta tarefa,
aproximando seus interessados e oferecendo uma maneira livre, segura e
anônima de troca e compartilhamento de informações.
Os números surpreendem. Apesar do pouco
tempo em que a rede está no ar, (desde 29 de abril desse ano) os 100 mil
usuários já compartilharam em média, 106 mil fotos em cerca de 3 mil
páginas – além da organização de cerca de 800 eventos. A comunidade
cresce em ritmo acelerado. Cada dia, 1.200 novas pessoas ingressam na
rede, aproximadamente. Em menos de um ano, tornou-se ponto de encontro
definitivo de seus simpatizantes.
O layout é limpo e direto. Lembra
propositalmente o Facebook, para que seus novos integrantes não percam
muito tempo em familiarizar-se com a nova rede social. Seu uso é natural
e muito amigável para, até mesmo, marinheiros de primeira viagem.
Para quem está sempre na rua, a versão
para celulares consegue ser ainda mais fácil de usar. Todas as
funcionalidades disponíveis na versão completa, marcam presença na
versão móvel.
Feed de notícias, murais, compartilhamentos, likes e deslikes. Todos os principais conceitos e funcionalidades estão presentes.
A iniciativa veio em um momento
oportuno. Milhares de brasileiros engajados na luta por um pais melhor é
algo que nem sempre vivenciamos. A internet já se provou como um meio
de comunicação e organização eficaz, capaz de tornar real o que é
discutido no virtual. A AnonySocial (clique aqui para ir para pagina)promete
ser a centralização desta organização, unificando células, unindo
interesses, ideais e provendo um meio seguro e anônimo para isto. A
ideia aqui não é revolucionar conceitos de redes sociais, mas sim, o que
é possível atingir com ela.
Realmente, agora, não há mais desculpas para não sair da internet.
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