Estados Unidos evitam responder publicamente à denúncia de espionagem - Anonymous São Carlos

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Estados Unidos evitam responder publicamente à denúncia de espionagem

 
O governo brasileiro se mobilizou após denúncia de que a espionagem dos Estados Unidos tornada pública por Edward Snowden se estende às terras tupiniquins.
“Já vínhamos acompanhando o caso, mas agora a história mudou de patamar”, disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Segundo ele, a equipe da presidente Dilma Rousseff se reuniu no domingo, 7, para discutir como proceder.
O Ministério das Relações Exteriores falará com os EUA por meio da Embaixada do Brasil em Washington e também através do embaixador americano que trabalha aqui, Thomas Shannon. Caso os americanos não forneçam as informações necessárias, a Polícia Federal pode entrar nas investigações.
Somente em janeiro passado, o Brasil teve 2,3 bilhões de mensagens e telefonemas bisbilhotados pela NSA, a agência de segurança nacional dos EUA. Foi o segundo país mais espionado, e está em uma lista de interesses em que constam China, Rússia, Irã e Paquistão.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) questionará as operadoras que atuam no Brasil para saber se há cláusulas contratuais que as obrigue a fornecer dados aos Estados Unidos, mas Paulo Bernardo considera essa hipótese a menos provável. Imagina-se que a espionagem tenha sido feita pelos cabos submarinos: “Se você faz uma ligação para o Japão, ela passa pelos Estados Unidos”, disse ele.

O governo dos Estados Unidos (EUA) informou que não responderá publicamente ao pedido de esclarecimento feito pelo Ministério das Relações Exteriores sobre a existência de um sistema virtual de espionagem de cidadãos brasileiros. O assunto é tema de uma reunião na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília na manhã de hoje (8). A assessoria da embaixada diz que, por enquanto, aguarda orientações de Washington para se manifestar sobre o tema.
As informações sobre espionagem aos cidadãos brasileiros vieram à tona a três meses da primeira visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos. A visita da presidenta está prevista para 23 de outubro e foi confirmada pelas autoridades. A visita de Estado é considerada especial pelos norte-americanos por ser autorizada apenas a alguns parceiros.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, está prestes a deixar o cargo. Para o lugar dele foi designada a diplomata Liliana Ayalde. A informação foi confirmada há um mês, mas por enquanto não há data para a substituição ocorrer. Ayalde é atualmente secretária assistente adjunta de Estado para Cuba, a América Central e o Caribe, no setor de Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado Americano.
Por e-mail, o Departamento de Estado norte-americano informou que será dada a resposta apropriada ao pedido brasileiro. “O governo dos Estados Unidos vai responder apropriadamente a nossos parceiros no Brasil pelas vias diplomáticas e de inteligência. Não vamos comentar publicamente ou especificar supostas atividades de inteligência. Como política, deixamos claro que os EUA obtêm inteligência estrangeira do tipo coletado por todas as nações”, diz o texto.
Ontem (7) o governo do Brasil pediu explicações aos Estados Unidos sobre as informações referentes à espionagem das comunicações de cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de Segurança daquele país (NSA, na sigla em inglês).
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que foram pedidos esclarecimentos aos Estados Unidos por intermédio da Embaixada do Brasil em Washington e também ao embaixador dos Estados Unidos no Brasil. O chanceler ressaltou que recebeu com “grave preocupação” a notícia de que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados.
Patriota disse que o governo brasileiro lançará iniciativas na Organização das Nações Unidas (ONU) pelo estabelecimento de normas claras de comportamento para os países quanto à privacidade das comunicações dos cidadãos e a preservação da soberania dos demais Estados. O Itamaraty pretende ainda pedir à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações.
O escândalo sobre o monitoramento das comunicações privadas de cidadãos e empresas de dentro e de fora do país pelo governo dos Estados Unidos veio à tona após Snowden revelar a prática. Os dados eram vigiados por meio do Prism, programa de vigilância eletrônica altamente secreto mantido pela NSA.
O norte-americano pediu asilo político a 21 países. Até o momento, Bolívia, Venezuela e Nicarágua se ofereceram para recebê-lo.

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